miércoles

:: Los huérfanos

Meus irmãos, amai os órfãos. Se soubésseis o quanto é triste ser só e abandonado, sobretudo em tenra idade! Deus permite que haja órfãos para nos induzir lhe servir de pais. Que divina caridade ajudar uma pobre criaturinha abandonada, evitar que sofra fome e frio, dirigir sua alma, para que não se perca no vício! Quem estende a mão a uma criança abandonada é agradável a Deus, porque compreende e pratica a sua lei. Pensai também que, muitas vezes, a criança que socorreis talvez vos tenha sido querida em outra vida. E se vós pudésseis lembrar, isso não seria caridade, mas dever. Assim, pois, meus amigos, todo ser sofredor é vosso irmão e tem direito à vossa caridade; não essa caridade que fere o coração, essa esmola que queima a mão onde cai, porque os vossos óbolos são, por vezes, muito amargos. Quantas vezes elas seriam recusadas se nas águas-furtadas não as esperassem a doença e a fome! Daí delicadamente; juntar ao benefício o mais preciso de todos: uma boa palavra, uma carícia, um sorriso amigo; evitai esse tom de piedade e de proteção que revolve o ferro no coração que sangra e pensai que fazendo o bem, trabalhais por vós e pelos vossos.
JULES MORIN